domingo, 29 de janeiro de 2012

ANJO DA GUARDA

1994 foi um ano que acabaria por marcar a vida de muitos trabalhadores da industria automóvel nos Estados Unidos da América. 
As marcas de automóveis Japonesas começavam a afirmar se cada vez mais no mercado norte Americano e as empresas domesticas, forçadas a diminuir a seus quadros de trabalhadores, anunciavam o encerramento de fabricas constantemente.
 Á maioria foi lhes dada a oportunidade de transferência para outras localidades, outros resolveram enfrentar outras aventuras e mudar de carreira para se manterem juntos da família e amigos.
Especificamente a mim, foi me dada uma primeira oportunidade de transferência para Defiance Ohio, para uma fabrica de fundição de blocos de motores. Junto com a esposa, meti pés ao caminho e fomos visitar a fabrica para verificar se seria esta a localidade ideal para viver com a minha jovem família.
Depois de conduzir cerca de onze horas e atravessar os estados de New Jersey, Pennsylvania e Ohio lá chegamos ao nosso destino. Nesse fim de semana, o park de estacionamento da fabrica era palco de uma exibição de Corvettes com dezenas de aficionados da marca a queimarem borracha no alcatrão e a fazerem o seu showoff.
Defiance é uma vila bem pequena, com cerca 38000 habitantes e a 70 quilómetros da fronteira do estado de Indiana. Nas suas redondezas vastos campos de milho e feijão de soja cobriam as planícies deste estado no coração dos Estados Unidos da América.
Após entrar na fabrica, a primeira coisa que me despertou a atenção foi a quantidade de pó-ferro que cobria completamente o piso. O fumo produzido pelos fornos que derretem a areia para formar os blocos de ferro para produzir motores mantinha se suspendido na atmosfera, como uma madrugada de nevoeiro em Londres. Dava bem para ver que a ventilação deixava muito a desejar.
Apercebendo me do prejuízo que esse ambiente podia causar aos meus pulmões, decidi não aceitar a proposta de transferência, embora eu queimasse um cigarro de vez em quanto, não me interessava causar mais dano aos pulmões.  
Na parte traseira dos fornos vários tapetes rolantes transportavam os blocos em brasa que passavam por trabalhadores vestidos de fatos prateados e capacetes, que mais pareciam astronautas, e os separavam uns dos outros para arrefecerem. A temperatura nesta área da fabrica devia atingir cerca de 50 graus Celsius.
Aqui até foi fácil chegar a uma conclusão quanto á transferencia, não só pelo ambiente da fabrica, mas também por a minha esposa não sentir muita apatia pela localidade e redondezas.
Os trabalhadores da industria automóvel, eram compensados com reforma antecipada ao concluírem 30 anos de serviço, se assim o decidissem, mais conhecido por  "30 e fora" um beneficio negociado através do sindicato UAW. Nas fabricas de fundição esses anos eram reduzidos a 25 anos e mais conhecidos por "25 e morto".
Como a esposa também não estava muito entusiasmada com o local, ou até não tivesse intenção em sair de Nova York, decidi não aceitar a oferta de transferencia para esta localidade, bem, pelo menos adia-la.
Alguns meses mais tarde a realidade acabou por me bater á porta, quando outra oferta de transferencia me foi feita, esta vez com um ultimato, ou aceitava ou perdia todos os direitos de emprego com a companhia.
Após varias conferências com a patroa, a confusão implantou-se, ela dizia que não saía de Nova York, eu ateimava que íamos queira ela ou não. As minhas opções não eram muitas derivado á inexistência de mestrado, mas como actualmente exercia funções no World Trade Center aos fins de semana, como gerente de uma empresa de manutenção predial, tive a oportunidade de emprego afectivo na mesma. A patroa, recém graduada no campo de medicina, mais concretamente em especialista de radio-x, sentia a sua independência  pela primeira vez desde o casamento, que havia acontecido quando era ainda muito jovem e apta por não cortar a corda umbilical que a unia á mãe.
Desta vez, a oferta de transferencia foi para Indiana, para uma fabrica de montagem de pickups. Como já tinha visitado Defiance em Ohio, resolvi aceitar a oferta para Indiana, uma vez que esta fabrica era mais nova, prometia melhor futuro de emprego, mais saudável derivado ao ambiente e pouco mais longe que a primeira. 
Eu tentei avaliar a situação o melhor possível e resolver a mesma, de modo a que o resultado final fosse favorável a todos envolvidos.
Desafortunadamente não foi assim o resultado final, a esposa, influenciada pelo seu pai e talvez também quisesse sentir um pouco a liberdade que lhe tinha sido alheia, derivado a ter sido mãe e esposa muito jovem, resolveu não arredar pé. 
Os cinco anos entre 1995 e 2000 foram passados num vaivém de viagens entre Indiana e Nova York á mistura com algumas férias em Portugal e Espanha e tentar manter a família intacta, o que não viria acontecer.      
Mas 2001 foi o ano que marcou para sempre a minha vida, depois de passar o Natal de 2000 em Nove York com a família, senti que algo estava diferente, embora as festas natalícias decorressem dentro da sua normalidade, a relação pessoal com  emitia um frio raro.
Depois de regressar a Indiana, contemplei ir aconselhar-me com um advogado, uns dias mais tarde a ideia deixou de o ser, e passou a  realidade.
Começou então a etapa mais difícil da minha vida, o ano 2001 marcou a minha vida, e com certeza a vida de mais pessoas, embora estas não o admitam.
Mas um momento ainda mais marcante, foi no dia onze de Setembro, quando um amigo de trabalho entrou no meu escritório  para me informar que um avião avia embatido contra uma das torres gémeas na cidade de Nova York. Num primeiro instante pensei que se tratasse simplesmente de um acidente aéreo, talvez um pequeno avião privado que perdera o controlo de voo e embatesse com a torre. Mas cerca de vinte minutos mais tarde o mesmo trabalhador/amigo reentra no escritório para me informar que um segundo avião havia embatido contra a outra torre gémea. Bem, agora já pensei que não se devia tratar de um mero acidente, pensei sim que algum país maníaco decidiu declarar guerra contra os Estados Unidos Americanos.
Passei as próximas 24 horas a tentar comunicar me com os meus filhos que vivem bem perto da Cidade, mas isso não iria  acontecer até após passadas 36 horas, uma vez que o governo Americano decidiu encerrar todos os meios de comunicação com a cidade, como um meio de precaução e segurança aos seus habitantes.
Quando todos os detalhes deste desastre foram averiguados, então deu para ver que eu tinha sido protegido por algum ser divino, muito superior a qualquer coisa que eu conheça. É que em 1995 tinha me sido oferecido uma oferta de trabalho neste local, se eu decidisse não continuar na industria automóvel e ficasse em Nova York, bem, se eu tivesse aceitado essa oferta, de certo estaria nesse inferno no dia 11 de Setembro 2001.
Para quem não acredita em milagres, como eu não acredito, devemos pelo menos pensar que todos temos um anjo da guarda! O meu não faltou ao trabalho neste dia marcante da minha vida, e ainda bem!!!.........


 
       

sábado, 28 de janeiro de 2012

Parabéns Pantera Negra

70 anos de Eusébio celebrados com Vinho do Porto Home \ Notícias \ 70 anos de Eusébio celebrados com Vinho do Porto  
Quinta-Feira, 26 de Janeiro de 2012 às 12:35O aniversário do futebolista foi celebrado com o lançamento de uma série limitada e numerada de 638 garrafas, número correspondente ao total de golos marcados pelo futebolista no Benfica.

Aliando-se à celebração do 70º. Aniversário de Eusébio, a @drink-business e a Quinta das Gregoças (o produtor, da zona de Sabrosa) lançaram o “Very Old Port Wine – 70 Anos do Eusébio”. Trata-se de um Vinho do Porto Tawny 30 anos, envelhecido em pipas, criado pelo enólogo Jorge Nogueira.
As garrafas são magnum (1,5l) e o preço de venda ao público é de €335.
O vinho vai estar à venda na loja do Benfica, na própria Quinta das Gregoças e através da @drink-business (243 704 026).

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

FIM DE ANO 2011

Sai o Velho Entra o Novo
Eram cerca das seis e quinze da tarde, no dia 31 de Dezembro de 2011, quando começaram a chegar ao centro Cultural Ucraniano de Toronto, dezenas de portugueses para se despedirem do velhote 2011 e dar boas vindas ao jovem 2012.

Eram várias as localidades que nesta grande cidade Canadiana, ofereciam aos portugueses variadas festas para todos os gostos e paladares. A Hollywood Productions, uma organização portuguesa, que já habituou os emigrantes portugueses destas localidades a bons espectáculos, deu mais uma boa cartada, esta noite com muitos trunfos.

A minha primeira impressão foi que a festa estava mal organizada, nos bilhetes estava escrito que as portas abriam as 18:30, depois de esperar até ás 18:50, chegaram dois cavalheiros, cada um com uma lista do esquema do salão e a perguntarem ás pessoas onde e a quem compraram os bilhetes.

Eu pelo menos não sabia, uma vez que os meus bilhetes foram comprados através de uma pessoa amiga. Também não achei essa informação relevante para nada, mas posso estar enganado, como diz o velho ditado "Há muita maneira de matar pulgas".

O que é certo é que depois da confusão inicial, um empurra daqui e um vai ter com aquele, que esses bilhetes não foram comprados a mim, lá entrei dentro do salão. As mesas estavam muito bem decoradas com toalhas e guardanapos brancos de pano, copos todos de vidro, incluindo as taças de champanhe, três balões e uma cesta com os tradicionais chapéus, colares e cornetas com inscrições do ano 2012.

O bar foi aberto imediatamente após serem abertas as portas ao publico, bar aberto sem limite em com uma boa selecção de vinhos portugueses, cerveja e vários licores para os que preferiam rum com coca cola, vodka com sumo de laranja ou qualquer outra mistura de sua preferencia.

O jantar começou a ser servido cerca das 20:15, uma sopa de legumes, seguida por filetes de peixe com arroz e bife com batatinhas assadas no forno e vegetais, para sobremesa foi servido um crepe recheado de gelado de baunilha.

No que a música diz respeito, a festa foi abrilhantada pelo conjunto Arcoiris, vindos de Viana do Castelo, com Décio Gonçalves e o DJ Simba a preencherem os seus intervalos. Também ouve lugar para uma surpresa musical, muito do meu agrado, um jovem esticou bem os foles a uma concertina que me deu para dar gosto ao pé, claro que eu também não me fez esquisito ao resto da música, a minha linda princesa é que acabou a noite com os dedos dos pés cheios de bolhas de agua. Pena foi que havia tantos casais que deviam, sem querer insultar ninguém, investir numas aulas de dança.

Após os gritos de "Happy New Year" e o som de cornetas se fazerem sentir por vários minutos, foi aberto o bufete de marisco e sobremesas. Num salão adjacente ao salão da festa, varias mesas repletas de lagostas, santolas, camarão, amêijoas, pasteis de bacalhau, leitão muito bem confeccionado, varias mesas de fruta e doces de tudo quanto há de bom na pastelaria portuguesa.

Quero por tudo isto tirar o chapéu ao Hollywood Productions e ao Castelo Sports Bar por nos brindarem com uma passagem de ano 2011/2012 impar, eu atrevo-me a dizer que serviu mesmo para dar um exemplo como uma festa bem há portuguesa deve ser organizada, embora que tenha tido que ser no Centro Cultural da Ucrânia.

Parabéns com "P" maiúsculo......