quarta-feira, 3 de abril de 2013
MOCHILADAS
Zé, fica atras do balcão,
Que a malta da direcção
Temos que nos reunir!
Dizia me o Serafim.
Hoje vão ter que me ouvir
Vou ralhar c'o Franklin!
Tenho que o por na linha
Pra ver se ele ganha juízo
Eu hoje já o aviso
Quando ele chegar á cozinha.
A noite foi-se passando
Á malta fui aviando
Cerveja, cafés e vinho.
Foi uma noite tranquila!
Já estava quase sozinho,
Nisto chegou o mochila.
Eu disse; que te apetece?
E ele com desembaraço,
Para me acalmar o stress!
Arranja aí um bagaço!
Deu-se a reunião por finda,
A malta queria ainda
Mais um pouco de licor!
Dá cá mais uma caxaça,
Pra dar de beber á dor,
Diz o mochila em voz baixa.
Depois de uns bons bagacinhos,
E a língua bem destravada
Como estávamos sozinhos,
Contou-me a vida privada.
Eu contei lhe o que sabia
E o que a malta dizia,
Sobre a sua namorada!
Diz-se na comunidade
Que ela anda embaraçada,
Diz me tu! Isso é verdade?
O que gente anda a falar,
Eu já nada me admira!
Mas posso te confirmar,
Que isso é uma grande mentira.
Ele pediu me, tu não digas,
Nada a essas raparigas
Que conhecem a Teresa!
A Ceu é colega dela
E essa malta portuguesa
Dão muito á taramela!
Eu jurei lhe ficar mudo
Nem sequer abrir a boca,
Ceu diz; tens que contar tudo!
Vê lá se soltas a sopa!
Quando a casa cheguei,
Com a Laurinda deparei
Assentada no sofá.
Ela disse; só agora?
Porquê é que ficaste lá?
Eu tinha os mandado embora!
Cá c'o meu ar de reguila,
Olha, não fechei o bar,
Pois chegou lá o mochila
E estivemos a falar.
De curiosa que estava
Também ela perguntava,
O que foi que ele te contou?
Eu disse com boa fé,
Da namorada, afirmou!
Que não anda de bebé.
Nem mais uma lhe soltei
Não por ao Carlos ter medo!
Mas minha palavra dei,
De lhe guardar o segredo.
Logo no dia seguinte
Tendo a Lurdes como ouvinte
Laurinda conta o que ouvira,
Que o Carlos lhe disse até!
Que era tudo manteria
Ter a amiga de bebé!
A Lurdes ao ouvir tal,
Não ficou de língua presa
E logo no hospital
Foi contar tudo á Teresa.
Triste pro que tinha ouvido
Telefonou ao marido
Teresa, logo em seguida,
Que andas-te tu a fazer?
Á Laurinda ires dizer,
As coisas da nossa vida!
O mochila atrapalhado
E o que dizer não sabia
Porque não tinha falado,
Com a Laurinda nesse dia.
Então falaste com quem?
Tu não digas a ninguém,
O que na casa é passado!
Ou não basta o que tens feito?
De me faltares ao respeito,
E andares amigado!
A Ceu um pouco zangada
Veio me dizer ainda,
A mim não disseste nada,
Mas contaste á Laurinda!
O que contaram não sei!
Mas olha que eu não falei,
Com a Laurinda sobre nada!
E o que eu disse, repito
Que não estava embaraçada
Foi o que ele me tinha dito!
Ao mochila fui contar
Que tinha ouvido um zum zum
E para ele me desculpar,
De não ter feito mal nenhum!
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