Afastava-se o meu ser, ano após ano,
E a minha alma, partindo-se, ficava,
Quando meu ser da memória a debuxava,
Por não poder sustentar-se desse engano.
Por uma praia do vasto oceano
Sobre um curvo cajado me encostava,
E os olhos pelas águas alongava,
Que pouco se doíam desse dano.
Pois com tamanha mágoa e saudade,
(Dizia) quis deixar-me a que eu adoro,
Por testemunhas tomo céu e estrelas.
Mas se vós, ondas, tendes piedade,
Levai também as lágrimas que choro,
Pois assim me levais a causa delas.
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