quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

SE AS PAREDES TIVESSEM OUVIDOS


À mais de cinco mil anos que várias civilizações começaram a deixar gravados os maiores eventos e acontecimentos, geração após geração, uns através de pinturas em cavernas, outros esculpidos em lápides de pedra ou até mesmo em pele de animais.
Mas toda essa história podia ter sido multiplicada milhares  de vezes através das civilizações mais recentes e baseada , não só nas pessoas consideradas mais importantes nas sociedades, como reis, ditadores, ministros ou algum doido varrido que tenha causado alguma atrocidade contra a sociedade ou ambiente, mas baseada também nos cidadãos comuns.
Ora se por exemplo, nesta casa,  retratada para a história que aqui partilho com os meus leitores, parte da cultura dos seus abitantes fosse manter um diário comum, para que todos, todos os dias, escrevessem os acontecimentos das suas vidas, casas como esta teriam imensas histórias para nos contar.
Imaginemos só uma casa com duzentos anos de história, começando pela família que a construiu, a documentarem todos os acontecimentos do seu dia a dia durante duzentos anos, quem ali nasceu e morreu, os momentos de tristeza e os de alegria, informação sobre os que partiram em busca de uma vida melhor, o seu regresso e os que nunca regressaram.
Cada casa seria sem dúvida, um livro de histórias, histórias sobre pessoas e acontecimentos diferentes. 
Quem não gostaria de poder ir à casa onde os seus antepassados viveram e poder ler tudo sobre as suas vidas, as suas histórias, e porque não ler as histórias de outras famílias, noutras casas!
Na minha opinião, é bem melhor ler uma história baseada na realidade, que ler um livro de ficção, com uma história inventada. 
Mas até que isso aconteça, limito-me apenas a parar em frente a casas como esta e tentar imaginar, quem ali nasceu, quem ali viveu, quem ali morreu, como seriam passados os seus melhores e piores dias, enfim, tento imaginar nuns escassos momentos, o que nessa casa fez história durante duzentos anos, e tento de alguma forma, inserir alguma realidade numa história que sem factos documentados, passa esta também a ser ficção, por ser por mim transcrita através da minha imaginação. 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ALTERAÇÕES NO CANAL

Será que Correia de Jesus ainda se lembra dum tal jovem presidente do YPACC, (José Carvalho) que o convidou a visitar o Portuguese American Community Center de Yonkers (NY) em 1992, para uma reunião, e na mesma perguntou, ao então Secretário do Estado para as comunidades, se os Portugueses dos EUA eram cidadãos de segunda? É que no início dos anos 90, os jogos de futebol de Portugal, eram transmitidos de borla para todo o mundo através da RTPi, menos para a América do Norte. Nós, emigrantes nos EUA, pagava-mos cerca de $350.00 por cada transmissão ao vivo através da Seabra TV. Não sei se foi mera casualidade, mas após o regresso do Sr. Ministro a Portugal, os jogos começaram a ser emitidos para os EUA através da RTPi, sem custos. Apenas me resta pedir desculpa ao Sr. Ministro pela minha frontalidade e também agradecer o lindo estojo com as medalhas dos descobrimentos que me ofereceu. Hoje em dia, existem várias opções para aderir a canais televisivos de Portugal, nomeadamente a Dish Network e Cablevision, a preços acessíveis. Graças ao avançamento tecnológico no mundo, a maioria dos emigrantes Portugueses, guardam hoje os seus rádios de onda curta, apenas como relíquias. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

LIMPEZA ORAL



Era ainda madrugada

Barbeado e cara lavada

Saí pra ir ao Dentista

Sentei me no cadeirão 

Ela assume a posição

E eu perdi-a de vista.


Foi um eclipse total

Comecei-me a sentir mal

Não podia respirar

A Doutora nem repara

Que me tinha tapado a cara

E que eu estava quase a abafar.


Dei-lhe um pequeno empurrão

Mexeu-se um pouco, e então

Eu consegui respirar

Pensei; mas isto será normal?

Isto è limpeza dental!

Ou vim aqui pra mamar?


Retira da sua mesa

O aparelho de limpeza

E eu a perder o juízo!

Achei a posição rara,

Ter duas mamas na cara

Perto do dente do siso.


Mas no meu ponto de vista

Se houvesse assim mais dentistas

Como esta profissional,

 Não lhes faltavam fregueses

E havia mais portugueses

A cuidar a saúde oral.




sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CICO, THE STRAY

I purchased a compost box, to make use of my food scraps and yard waste, thus using the compost to organically grow my own vegetables. A few nights after putting the box together, I found the compost box door ajar and thought the wind had blown it open. I put the cover back on, only to find it open yet again the following morning.
I started thinking; it must be Luisa, my neighbor’s cat! I found that to be rather unusual though, since Luisa gets plenty of food at home and is well cared for by her owners. The only crime I can accuse Luisa of, is using my freshly laid turf soil as a litter box. But hey, that’s part of the food cycle, besides; she doesn’t cause as much damage as any other cat would, since she only has three legs. You see; Luisa got one of her front paws caught in a trap and her owners had to have it amputated.
I was touched when I heard the story, since I didn’t think people in Portugal cared this much for their pets.
Getting back to my compost box though, I had to exclude Luisa as the culprit, since I placed a large brick in front of the door, which ended up opened again the following morning. Luisa is very smart and agile, but couldn’t possibly have enough strength on one paw, to remove the 15lb brick I had placed in front of the compost box door. But if not Luisa, who was getting into my compost box?
While having lunch at my other neighbor’s house on New Year’s day, I noticed a large dog eating scraps in their back yard, when I pointed it out to my neighbor, he told me he’s been throwing scraps out in his back yard to feed this poor dog, which was apparently abandoned in our neighborhood, by some heartless person.  
It really touched my heart when I saw the poor animal, tail between his legs, eating a few bones my neighbor was kind enough to have given him.
As I was watching him eat, I figured I had found who was getting into my compost box; I also asked myself a question, where is this poor dog getting his next meal from?
After getting home that evening, I cut up a piece of beef, added a bone I had used to make soup and placed both on a plate underneath my BBQ canopy, since it was raining, I didn’t want the meat to get wet.
Early the next morning, I came downstairs to my office, looked out the window and notice the compost box door was still closed, as I had left it the night before. I decide to get my camera and set it up on the tripod, hoping perhaps, I catch a bird bathing in my bird bath, it would be a perfect opportunity for me to take some picture of nature, since it is one of my favorite hobbies.
 As I return to the window to finish setting up the camera, I noticed the compost box door was now open. How could this be? I had just looked at it, less than ten minutes ago and it was closed! I thought whoever opened the door was probably still around and decided to stay by the window for a few more minutes. It didn’t take long, as I turned the camera on, the same dog I observed in my neighbors yard New Year’s Day, showed up by my patio. At first, he didn’t find the food I had set out for him; it looked as if he was about to leave, but men’s best friend has something going for him, their acute since of smell.
Without warning, he lifted up his head, has if someone was calling him, turned around and headed straight for the food plate I had left for him. He ate the beef on the spot, then took the bone out to the yard and chewed on it for a few minutes, until it was all gone.
 From this day forward, I will continue to set out food for Cico, (yes Cico, that’s what I decided to name him) If all goes according to plan, Cico won’t be tearing down my compost box door again and as he gains confidence around my place, I will try to approach and pet him.
I just think, heartless people  such as his previous owners, shouldn’t be able to own a pet, if they just plan on abandoning it, when it’s no longer convenient for them to have one. In reality though, I don’t know who abandoned this dog, nor do I know their situation and struggles in life! Lacking that information, I just have to give them the benefit of the doubt.

After all, their loss can end up being my gain and there is a good chance, Cico and I can end up spending many happy years together.