quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

SE AS PAREDES TIVESSEM OUVIDOS


À mais de cinco mil anos que várias civilizações começaram a deixar gravados os maiores eventos e acontecimentos, geração após geração, uns através de pinturas em cavernas, outros esculpidos em lápides de pedra ou até mesmo em pele de animais.
Mas toda essa história podia ter sido multiplicada milhares  de vezes através das civilizações mais recentes e baseada , não só nas pessoas consideradas mais importantes nas sociedades, como reis, ditadores, ministros ou algum doido varrido que tenha causado alguma atrocidade contra a sociedade ou ambiente, mas baseada também nos cidadãos comuns.
Ora se por exemplo, nesta casa,  retratada para a história que aqui partilho com os meus leitores, parte da cultura dos seus abitantes fosse manter um diário comum, para que todos, todos os dias, escrevessem os acontecimentos das suas vidas, casas como esta teriam imensas histórias para nos contar.
Imaginemos só uma casa com duzentos anos de história, começando pela família que a construiu, a documentarem todos os acontecimentos do seu dia a dia durante duzentos anos, quem ali nasceu e morreu, os momentos de tristeza e os de alegria, informação sobre os que partiram em busca de uma vida melhor, o seu regresso e os que nunca regressaram.
Cada casa seria sem dúvida, um livro de histórias, histórias sobre pessoas e acontecimentos diferentes. 
Quem não gostaria de poder ir à casa onde os seus antepassados viveram e poder ler tudo sobre as suas vidas, as suas histórias, e porque não ler as histórias de outras famílias, noutras casas!
Na minha opinião, é bem melhor ler uma história baseada na realidade, que ler um livro de ficção, com uma história inventada. 
Mas até que isso aconteça, limito-me apenas a parar em frente a casas como esta e tentar imaginar, quem ali nasceu, quem ali viveu, quem ali morreu, como seriam passados os seus melhores e piores dias, enfim, tento imaginar nuns escassos momentos, o que nessa casa fez história durante duzentos anos, e tento de alguma forma, inserir alguma realidade numa história que sem factos documentados, passa esta também a ser ficção, por ser por mim transcrita através da minha imaginação. 

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