Vou partilhar uma história que me tocou profundamente no
coração, encheu-me de orgulho da minha raça de ser Português afirmando que
continuamos a ser um povo acolhedor, ímpar e honesto.
Quatro amigos meus americanos do
estado de Indiana, nos Estados Unidos da América, vieram de férias a Portugal e
passaram uma semana na minha casa em Leiria para visitar alguns dos monumentos
que existem nas nossas redondezas.
No dia 26 Julho, 2014, depois de uma
visita matinal ao mosteiro da Batalha, as barrigas começaram a dar horas, e
como é sempre meu costume, aconselhei o pessoal a sair zona turística e
procurar almoço num restaurante menos frequentado por turistas. O meu plano até
foi bem sucedido, quando uma placa de publicidade me alertou com o nome dum
restaurante chamado o Celeiro, na Urbanização do Graça. O parque de
estacionamento estava bem repleto, geralmente um bom sinal, que a comida é boa
e acessível ás carteiras mais modesta.
O menu neste dia era constituído por
quatro pratos típicos Portugueses, Cosido à Portuguesa, Chanfana de Cabrito,
Frango do Campo Estufado e filetes de peixe. Enquanto esperávamos que nos
preparassem a mesa, (cerca de dez minutos) aproveitei para ver os quatros pratos
do dia a serem consumidos nas várias mesas da ampla sala deste restaurante, o que me ajudou a
escolher as nossas refeições. Eu e dois dos meus amigos optamos por Chanfana,
duas doses foi mais que suficiente para três pessoa e ainda para dar a provar,
uma dose de Frango foi a opção das duas senhoras, o nosso amigo da República
Dominicana preferiu os filetes de peixe. Como a minha escolha foi chanfana, e não provei
os outros pratos, apenas me resta dizer que foi, sem margem para dúvida, a
melhor Chanfana que já comi, se a memória não me falha. O pudim caseiro, estava
uma delícia, um litro de tinto, uma garrafa de dois litros de água, iced tea e
três expressos completaram o nosso almoço que custou cerca de quarentena
e três euros dividido por seis pessoas.
Quando chegou a conta, a esposa do meu
amigo Bill, puxa de um maço de notas da carteira que trazia atada na cintura,
mas ao devolver o dinheiro à carteira, em vez de meter as notas nas abertura da
carteira, meteu-as entre as calças e a carteira e as notas caíram ao chão,
facto que passou despercebido a todos, até cerca de quatro horas mais tarde,
quando chegamos a Fátima. Em pânico, a senhora conta ao Bill o acontecido, o
que causou, da parte dele, uma reacção um pouco invulgar e desnecessária e de
ânimos acelerados. O Bill agarrou a carteira, atirou-a no caixote do lixo e
dirigiu umas palavras menos amistosas à esposa.
Após ser informado sobre o acontecido,
tentei acalmar a situação ao me disponibilizar para voltar a passar pelo
restaurante e perguntar se por casualidade haviam encontrado o dinheiro.
A dona do restaurante abriu um sorriso
de alegria quando me viu entrar a porta do estabelecimento, como a confirmar o
que eu já suspeitava, que o empregado viu o dinheiro no chão e de imediato o
entregou à patroa.
Os meus amigos Americanos quase não
queriam acreditar no acontecido, com uma expressão interrogadora nos
rostos, como quem perguntava; mas será que ainda existe gente assim tão honesta
no mundo?
Concluindo, apenas quero agradecer ao
pessoal do Restaurante O Celeiro pela honestidade demonstrada, e por me terem
deixado ainda mais orgulhoso de ser português.
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