domingo, 11 de agosto de 2013

A GAIOLA DOURADA

O tema de hoje, é sobre um filme que vi ontem e me deixou muito emocionado, não fosse a história do filme sobre emigrantes.
O script do filme é sobre uma família de emigrantes portugueses, radicados em Paris, não vou elaborar mais sobre o conteúdo da história para não estragar o factor surpresa aos que, como eu, se irão de certo emocionar com esta linda história de cinema Luso/Francesa.
Deixo apenas uma dica sobre o filme, todos os emigrantes portugueses, em qualquer canto do mundo, vão de certo encontrar uma parte deste filme com que possam relacionar a sua própria aventura de emigração. Até mesmo o próprios filhos de Portugueses, nascidos por esse mundo fora, não devem perder a oportunidade de ver a Gaiola Dourada.
Para além de ser uma linda história, è também um filme com muita comedia à mistura, e com actores como Joaquim de Almeida e Rita Blanco, claro que não iriam deixar as suas fãs decepcionadas.

sábado, 10 de agosto de 2013

"OSTENTAÇÃO"

O paradoxo do nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas temperamentos mais curtos, estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos. Gastamos mais, mas temos menos, compramos mais, mas desfrutamos menos. Temos casas maiores e famílias menores, mais conveniências, mas menos tempo. Temos mais estudos académicos, mas menos bom senso, mais conhecimento, mas menos juízo, mais especialistas, mas mais problemas, mais medicina, mas menos bem-estar.

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos menos, conduzimos rápido demais, irritamos nos facilmente, ficamos acordados até tarde, levantamos nos muito cansados, lemos muito pouco, vemos TV demais e raramente rezamos.

Multiplicamos os nossos bens, mas reduzimos o nosso valor. Falamos demais,  raramente amamos e odiamos com muita frequência.

Aprendemos a ganhar a vida, mas perdemos a vida. Nós adicionamos anos à vida e não vida aos anos. Fomos à lua e voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua para conhecer um vizinho novo. Conquistamos o espaço exterior, mas não o espaço interior. Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Conquistamos o átomo, mas não o nosso preconceito. Nós escrevemos mais, mas aprendemos menos. Nós planeamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a apressar-nos, mas não a esperar. Construímos mais computadores para armazenar informação, produzir mais cópias do que nunca, mas comunicamos cada vez menos.

Estes são os tempos de refeições rápidas e digestões lentas, dos homens grandes, mas de carácter pequeno, lucros acentuados, mas relações vazias. Estes são tempos de dois empregos, vários divórcios, casas bonitas e lares destruídos. São tempos de viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, duma noitada, corpos de peso excessivo, e comprimidos que fazem de tudo: alegram, acalmam, e matam. É um tempo em que há muito na vitrina e pouco no armazém. Um tempo em que a tecnologia nos pode levar esta carta, e após reflectir mos sobre ela, podemos simplesmente clicar 'delete.

Lembre-se de passar algum tempo com seus seres mais queridos, pois não vão estar cá para sempre.

Lembre-se, de dizer uma palavra gentil a alguém que olha para você com admiração, pois essa pessoa irá crescer e sairá do seu lado.

Lembre-se, de dar um abraço caloroso à pessoa ao seu lado, porque esse é o único tesouro que temos para dar do coração; e não nos custa nem um cêntimo.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' ao seu parceiro/a e aos seus seres mais queridos, mas acima de tudo quero dizer isto. Um beijo e um abraço curam a dor, quando são dados com amor e carinho.

Lembre-se de andar de mãos dadas e valorizar o momento, pois um dia essa pessoa deixará de estar ao seu lado.

Disponibilize de tempo para amar, tempo para falar! E tempo para compartilhar os pensamentos preciosos da sua mente.

E lembre-se sempre, a vida não é medida pelo número de respirações, mas pelos momentos que nos tiram a respiração.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

"EQUILÍBRIO"

Entre os dias 2 e 5 de Agosto, Soutocico, nos arredores da bonita cidade de Leiria, foi palco da já tradicional "Festa do Marisco". Embora com muitas semelhanças às tradicionais festas portugueses a que estamos acostumados, a festa do marisco de Soutocico, tem muitos pormenores que a transformam numa festa única e diferente, mas tudo para o lado positivo.
A parte comum com outras festas portuguesas é a parte religiosa da festa, mas tem muito mais de impar.
Começando pela actuação de uma banda convidada de Cortes, ( vila berço do senhor bochechas, Mário Soares) ao menu de marisco, onde incluía, lagosta, amêijoas, sapateiras e camarão. Para os que não vão muito pelo marisco, também havia algumas sandes à venda.
Durante quatro dias, ou melhor dito, quatro noites, actuaram vários conjuntos musicais de muito boa qualidade, onde também participou a banda filarmónica de Soutocico. Na ultima noite das festividades, já passou a ser tradição, (para os que se aguentam) permanecer a noite inteira na festa, até ao romper da aurora. Um Cafe local, encarregasse de ter pasteis de nata suficientes, na ultima madrugada da festa, para ajudar a encharcar os milhares de litros de cerveja, consumidos durante as festividades, eu confesso que às três da manha rendi-me, e fui à procura do travesseiro.
Umas das actividades que me despertou mais a atenção, na ultima noite da festa, foi a corrida de cântaros.
A corrida, teve lugar na parte da rua com mais inclinação. Para dificultar mais o invento, os cântaros apenas levavam agua até ao meio e tinham que ser transportados à cabeça, sem auxílio das mãos. 
Homens e senhoras podiam participar, não havia descriminação de sexos, mas foi um invento bem renhido entre três senhoras, duas senhoras já com idades bastante elevadas e uma senhora, de meia idade. Houve varias senhoras que conseguiram terminar a trajecto sem terem que usar as mãos para segurar o cântaro, e sem o deixar cair no alcatrão e desfase-lo em mil pedaços, uma vez que eram cântaros de barro.
Com respeito aos cavalheiros, tenho que contar uma história totalmente diferente, a maioria dos cântaros, acabaram desfeitos em pedaços, alguns apenas para animar o publico, outros por falta de equilíbrio. Apenas um cavalheiro conseguiu completar o percurso com o cântaro intacto.
Resumindo; resta me apenas dizer que, as cabeças das senhoras continuam a ser muito mais equilibradas que as dos homens. Mas o mais importante, foi que, as festividades chegaram ao fim com muita alegria e, pelo menos que eu saiba, sem qualquer desacato.
Parabéns Soutocico!

sábado, 3 de agosto de 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Memórias

Se quando vos perdi, minha esperança,

A memória perdera juntamente

Do doce bem passado e mal presente,

Pouco sentira a dor de tal mudança.

Mas Amor, em quem tinha confiança,

Me representa muito miudamente

Quantas vezes me vi ledo e contente,

Por me tirar a vida esta lembrança.

De coisas de que apenas um sinal

Havia, porque as dei ao esquecimento,

Me vejo com memórias perseguido.

Ah dura estrela minha! Ah grande tormento!

Que mal pode ser amor, que no meu mal

Ter lembranças do bem que é já passado?

A Necessidade da Mentira




A imoralidade da mentira não consiste na violação da sacrossanta verdade. Ao fim e ao cabo, tem direito a invocá-la uma sociedade que induz os seus membros compulsivos a falar com franqueza para, logo a seguir, tanto mais seguramente os poder surpreender. À universal verdade não convém permanecer na verdade particular, que imediatamente transforma na sua contrária. Apesar de tudo, à mentira é inerente algo repugnante cuja consciência submete alguém ao açoite do antigo látego, mas que ao mesmo tempo diz algo acerca do carcereiro. O erro reside na excessiva sinceridade. Quem mente envergonha-se, porque em cada mentira deve experimentar o indigno da organização do mundo, que o obriga a mentir, se ele quiser viver, e ainda lhe canta: "Age sempre com lealdade e rectidão".
Tal vergonha rouba a força às mentiras dos mais subtilmente organizados. Elas confundem; por isso, a mentira só no outro se torna imoralidade como tal. Toma este por estúpido e serve de expressão à irresponsabilidade. Entre os insidiosos práticos de hoje, a mentira já há muito perdeu a sua honrosa função de enganar acerca do real. Ninguém acredita em ninguém, todos sabem a resposta. Mente-se só para dar a entender ao outro que a alguém nada nele importa, que dele não se necessita, que lhe é indiferente o que ele pensa acerca de alguém. A mentira, que foi outrora um meio liberal de comunicação, transformou-se hoje numa das técnicas da insolência, graças à qual cada indivíduo estende à sua volta a frieza, e sob cuja protecção pode prosperar.