sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

II SONETO


Quem pode livre ser, gentil Senhora,

Vendo-vos com juízo sossegado,

Se o Menino, que de olhos é privado,

Nas Meninas dos vossos olhos mora?

Ali manda, ali reina, ali namora,

Ali vive das gentes venerado;

Que  vivo lume, e o rosto delicado,

Imagens são adonde Amor se adora.

Quem vê que em branca neve nascem rosas

Que crespos fios de ouro vão cercando?

Se por entre esta luz a vista passa,

Raios de ouro verá, que as duvidosas

Almas estão no peito traspassando,

Assim como um cristal o Sol traspassa.

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